''Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis.''


Bertolt Brecht

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014




A quem mal fará um beijo de dois homens em uma novela? — discussão acerca de uma imagem preconceituosa divulgada em uma rede social.

O texto abaixo foi a resposta que dei a um indivíduo que colocou uma imagem que me chocou em uma rede social. A dita imagem mostrava um homem beijando na boca de cão e tinha como legenda: “beijo no final da próxima novela das 9 de 2015.” Esta imagem tem uma referência a novela da Globo, Amor à Vida (2012-2014), e que teve no fim um beijo gay (o primeiro de uma novela da rede Globo). Isso foi um estardalhaço tanto por parte daqueles que apoiavam, como por aqueles que rejeitavam. Fiquei longe desta discussão que foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação, nas conversas cotidianas e nas próprias redes sociais, no entanto não pude me conter quando me deparei com tal imagem que estou me referindo (decidi não postar tal imagem aqui pois acredito ser muito inconveniente). Quero antes de nada dá algumas explicações: 1) o texto está como estava nos posts da discussão na rede social, com pequenas modificações no sentido de correção ortográfica, pois foi feito as pressas; 2) cada paragrafo era um post original da discussão, percebam que ficou maior do que costuma ser esse tipo de conversa em tais redes; 3) não transcrevi nenhuma das falas da discussão a não serem as minhas, pois acredito que não seria correto me apropriar da fala alheia; 4) o 1º e 2º paragrafo seguem-se de imediato na discussão, que foram rebatidas por outros que estavam comentando a tal imagem e que logo eu reafirmei tudo o que tinha dito e para não ficar redundante não os transcrevi aqui; 5) no caso do terceiro parágrafo foi uma resposta ao rapaz que postou a dita imagem, questionando a minha postura, e que felizmente depois deste último post meu ele não respondeu mais nada; 6) o dito rapaz eu decidi que aqui no blog chama-lo de “G”; 7) Ficará patente que eu o conheço pessoalmente e que vai indicar a profissão do mesmo. Segue a discussão:

“Temo que nossos pensamentos e nossas atitudes possam trazer consequência drásticas maiores que nos possamos pensar. A ciência conforme “G” lembrou e a religião foram decisivas para ferir e destruir pessoas pelas suas orientações sexuais. O nazismo perseguia judeus, negros e homossexuais. As igrejas em suas diversas denominações idem, esquecendo que Jesus amou as pessoas independente de seus aspectos étnicos, raciais e sexuais. Até pouco tempo a ONU tratava o homossexualismo como uma parafilia, ou seja um distúrbio sexual. Acreditar que essas pessoas são ERRADAS ou que sejam DOENTES é agredi-las sim e esta opinião interfere em suas vidas. Mas infelizmente muitos indivíduos tendem a achar que o homossexualismo seria uma escolha própria e não algo natural do indivíduo (inclusive há autores que acreditam que sufixo "ismo" não seria correto pois demonstraria que seria uma corrente ideológica e não um meio de vida, pois não é comum ouvimos a palavra heterossexualismo ). Defendo por questões sociais e psicológicas que alguns indivíduos, venham a se identificar com um gênero (aspecto cultural de masculinidade e de feminilidade) que seja diferente de seu sexo (sua natureza biológica, nascido como macho ou fêmea). Aqui há duas coisas essenciais que quero destacar: gênero e sexo são coisas diferentes, assim sendo há pessoas do sexo masculino que se identifica com o gênero feminino. 2) O que há é o aspecto cultural do que é ser homem e mulher, e não são iguais em toda a sociedades humanas. Assim características culturais de uma sociedade indica que um indivíduo é "homem" para outra sociedade as mesmas características venham a ser exclusivamente para "mulheres". Em fim a ideia de "mulher", "homem " e o "erógeno" (aspecto da sensualidade) é culturalmente construído. Toda sociedade tem sua formação daquilo que é permissível e do que não é e suas atribuições de gênero. Certos aspectos, por exemplo da cultura grega antiga, aos nossos olhos parecem ser "homossexualismo", mas não é, pois se trataria de anacronismo (quando atribuímos valores de nossa época a outra época), e quando analisamos alguns aspectos culturais de outras sociedades diferente da nossa e lhe atribuímos valores que são alheios àquela e que pertence a nossa, estamos cometendo etnocentrismo (quando atribuímos valores culturais de nossa sociedade a outra sociedade ). Exemplo de culturas diferentes da nossa: é normal um indiano homem andar com outro de mãos dadas, outro  exemplo é "os seios não são tidos como uma fonte de estímulo sexual [em algumas sociedades], embora algumas [outras] sociedades lhes atribuam um grande significado erótico. Algumas sociedades dão muita importância a fisionomia, enquanto outras dão ênfase à forma e à cor dos olhos ou o tamanho e à forma do nariz e dos lábios" (GIDDENS, Antony. Gênero e sexualidade. In.______. Sociologia. Lisboa: F.C.G., 2004, p. 128). Contribuindo com a lógica do sociólogo  britânico, é o caso daqueles que ficaram conhecidos como "indígenas" aqui no Brasil, pois algumas nações “indígenas” não tem o seio como uma parte erógena e assim não há necessidade de "escondê-lo", ademais os europeus atribuíram que os "indígenas" estavam nu (cometendo etnocentrismo), no entanto, nenhuma sociedade humana os indivíduos vivem nus fora de sua intimidade (pelo menos na teoria estruturalista, da qual eu advogo), mas tem seu próprio modo de  vestir, é o caso de alguns povos que utilizam uma vestimenta que cobre a glande do pênis, caso estejam sem, "sentem-se nus". Em suma, a sensualidade de cada um é um aspecto sobretudo cultural.”

“Além do mais quero me expressar, apesar que compreendi perfeitamente o que o “G” quis dizer ao colocar tal imagem. No entanto acho de muito mal gosto, ao meu ver esta imagem, pois indica que o "homossexualismo" é igual a uma parafilia que é a zoofilia. Traduzindo esta imagem ela quer dizer em aspectos conservadores que : " este ano foi o beijo gay [em aspecto negativo], no próximo será pior pois será com animal [perca de valores morais]", ou seja em outras palavras quem fez essa imagem é contra aqueles que se identificam com o homossexuais. Neste aspecto, “G” quem é homossexual vai ser ofender com isso, ou seja, estais sendo suscetível com esta imagem irônica a agredir algumas pessoas. E sua posição social como historiador e professor de história, pelo menos ao meu ver, amplia esta agressão. Pois não é qualquer pessoa, é aquele que formado em uma ciência humana, de forma que essa posição social lhe vem legitimar muitos de suas afirmações dando as suas afirmações visibilidade social, já que és um cientista social. Suponhamos a situação de um aluno seu que seja homossexual e que tem sérios problemas de aceitar sua identidade porque os pais dele não aceitam ou que na própria escola praticam bullying contra ele por causa de seu gênero, e você em uma posição de autoridade como cientista e professor difundi uma imagem dessa. Este jovem aluno esta sendo tolhido, agredido em aspectos psicológicos, diminuído em sua cidadania.
“Ainda que digas que não está comparando, é evidente que com a própria imagem (sobretudo no contexto que aparece, a leitura da mesma indique isso) e no conjunto de seus posts, que estás comparando uma relação comum de pessoas do mesmo sexo se beijando a uma parafilia da relação de cunho sexual a animais. Não são outras sexualidades, são sexualidades que são doentias comparada com outra que é aceitável. Vejo na verdade, conforme a sua citação do Hobsbawn, [no caso dizia que o historiador precisava ver para além do que ou outros veem] um conservadorismo que quer colocar em pé de igualdade desvios sexuais às práticas homoafetivas. E é fato que o homossexualismo foi taxado por muito tempo como um desvio sexual, porém vários grupos se politizaram e demonstraram que havia na verdade uma agressão conservadora de vários segmentos sociais que agrediam, sem serem agredidos, mas se valiam de puro preconceito. Então quer dizer que porque um tal indivíduo que foi criado em tal mentalidade de que poderia se bater em um homossexual no começo do século XX temos que aceitar isso em pleno século XXI ? Isso seria de absurdo sem tamanho. A quem fará mal uma relação entre dois homens ou entre duas mulheres? A ninguém, e somente os envolvidos diretamente é que devem dá conta de seus atos e não alheios. Ai poderiam me questionar a quem fará mal a zoofilia? Zoofilia é uma agressão aos animais, é maus tratos. E isso a sociedade tem que intervir. É aquela velha diferença que sempre aprendemos de liberdade e libertinagem.
Flávio P. Costa Júnior

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Uma análise comparativa entre Hobbes, Locke, Rousseau e Maquiavel
Flávio Pereira Costa Júnior[1]

Os contratualistas são pensadores que de uma maneira ou de outra acreditavam que houve um pacto ou contrato entre os homens para formar uma sociedade civil. Porém esta característica não é suficiente para alegar que seus modos de pensar são iguais, muito pelo contrário. Assim pensadores com Hobbes, Locke e Rousseau, a partir de seus conceitos individuais e históricos, do lugar social em que pertenciam, enveredaram suas teorias de como os homens passaram do Estado de Natureza para o Estado Civil. No caso do Maquiavel, não pode ser entendido o que ficou posteriormente conhecido como contratualistas. Todavia suas reflexões sobre políticas são deveras importantes, no que é bom também a comparação com os demais.
Thomas Hobbes (1588- 1679), em o Leviatã (1651), tem como pensamento que o homem vivia no Estado de Natureza em que todos poderiam fazer o que bem entender. Sendo por causa dos homens serem egoístas, inescrupulosos, cheios de vaidades, todos estariam contra todos, ou seja, o Estado de Natureza é o mesmo Estado de Guerra. “uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens”( HOBBES, 1983, p.75 ). De forma que o gênero humano estava ameaçado de se auto-destruir
As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não já injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. [...] Outra conseqüência da mesma condição é que não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu; só pertence a cada homem aquilo que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for capaz de conservá-lo. (HOBBES, 1983, p. 77)
Assim com a necessidade do ser humano de resguardar a sua própria existência, o mesmo abdica de sua liberdade para entra no Estado Civil. No Estado Civil para Hobbes os homens sairiam do Estado de Natureza , garantindo a sua própria vida, abrindo mão de sua liberdade, e concedendo autoridade ao Soberano. O Soberano para este autor se refere ao monarca ou assembleia, que deveria ter toda a autoridade inquestionável, já que ao ser feito o pacto, os súditos não teriam o direito de quebrar o mesmo, pois estariam agindo contra si mesmo. Assim o pacto seria o momento em que um grupo de homens vem a alienar o seu direito natural de poder ter tudo e fazer tudo a um único homem ou assembleia para que possam manter a paz.
Na obra do Leviatã, ainda que Hobbes pudesse admitir que pudesse ter um governo com a Soberania no Parlamento, está claro que para este pensador, o melhor tipo de governo é a monarquia. Pois concentraria toda a autoridade em uma pessoa e assim o controle do poder seria melhor administrado, do que não mão de muitas pessoas. E o soberano não tem que prestar conta a ninguém, não estando debaixo de nenhuma lei.
Por outro lado, as teorias do homem e do Estado, formuladas no Leviatã e em Sobre o Cidadão, inserem-se dentro de um processo histórico de lutas sociais e econômicos bem definido: os conflitos entre o poder real e o poder do Parlamento, na Inglaterra do século XVII (MONTEIRO; SILVA, 1983, p. XVIII)
Por isso o pensador via que o processo de democratização, a abertura para a diversidade de diálogos, levariam a sociedade para o caos, ou melhor, retornariam ao Estado de Natureza, em que todos têm direito a tudo, e logo o próprio gênero humano estaria em risco.
Para Hobbes o Estado ideal seria a união de uma multidão sobre domínio de um único homem. Assim estes homens não poderiam abdicar do pacto, e nem processar o soberano.
Porque sem um pacto anterior não já transferência de direito, e todo homem tem direito a todas as coisas, conseqüentemente nenhuma ação pode ser injusta. Mas, depois de celebrado um pacto, rompê-lo é injusto. E a definição da injustiça não é outra senão o não cumprimento de um pacto. E tudo o que não é injusto é justo. (HOBBES, 1983, p. 86)
Hobbes é importe, sobretudo porque este tem uma explicação diferenciada do que era comum se alegar, que o monarca detinha sua autoridade por que Deus assim quis. Para este autor a autoridade do monarca vinha do pacto realizado num momento histórico da sociedade que possibilitou uma dinastia está no comando do Estado.
Porém Hobbes foi extremamente criticado e sua teoria deixado de lado e não praticada na Inglaterra.
A história não lhe deu razão, preferindo a solução liberal de sue conterrâneo John Locke. Em 1689, as forças liberais que predominavam no Parlamento inglês derrotaram definitivamente o absolutismo real, instituindo a separação e a autonomia dos poderes, fazendo prevalecer a mentalidade civil, admitindo a pluralidade de confissões religiosas e proporcionando a liberdade de pensamento e de expressão (MONTEIRO; SILVA, 1983, p. XVIII)
Locke difere do pensamento de Hobbes, a começar que para aquele a Soberania esta no Parlamento. Outra questão importe para aquele é sobre o Estado de Natureza e que difere do pensamento de Hobbes, pois o Estado de Natureza não seria o mesmo Estado de Guerra.
Outra característica diferenciadora que com pacto não se abria mão do direitos naturais como pensava Hobbes, um exemplo é o caso da propriedade que é um direito natural do homem na teoria de Locke. De forma que o Estado Civil surge para que seja garantido o direito a propriedade, e caso isso não estivesse sendo cumprido pelo soberano, os cidadãos tinham direito de romper com o pacto. A liberdade é outro fator importante, pois ela vem do Estado de Natureza, pois é o direito de natureza. Para Hobbes a liberdade se caracteriza de direito de todos a tudo. Já Locke pensa que liberdade significa o direito de fazer algo livremente, desde que não afete a liberdade do outro.
Porém no Estado de Natureza todos são juízes, sendo assim, a Sociedade Civil seria uma maneira de proteger a propriedade privada. Pois os homens sendo com seus interesses desejariam legislar em seu próprio favor.
Além do mais o monarca não pode ser um despótico, pois para Locke ninguém pode está acima das leis, pois o mesmo estaria em Estado de Natureza. Caso haja uma monarquia absolutista estaria pondo em risco a garantia da propriedade. Assim sendo o monarca deve ser fiscalizado pelo Parlamento, que foi escolhido pelo povo. Desta forma o povo tem direito a discordar o monarca, caso este não esteja protegendo a propriedade.
Hobbes achava que a rebelião dos cidadãos contra as autoridades constituídas só se justifica quando os governantes renunciam a usar plenamente o poder absoluto do Estado. Contra essa tese, Locke justifica o direito de resistência e insurreição, não pelo desuso, mas pelo abuso do poder por parte das autoridades. Quando um governante se torna tirano, coloca-se em estado de guerra contra o povo. (AIEX; MONTEIRO, 1983, p. XVI)
Em Rousseau a Soberania esta em todos, sendo assim todo homem nasce livre, o Estado seria somente um potencialização de cada um. Além do mais diferentemente de Hobbes que “o homem é o lobo do próprio homem”, aquele tem a concepção de que “o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”, assim
O Contrato Social, única forma de associação legítima, em Rousseau, manifesta-se em um pacto estabelecido entre o povo e os governantes. Este pacto estabelece a submissão dos governantes, assim como de todos os cidadãos, à Vontade Geral. Esta se volta, não para os bens particulares, mas para o bem comum. Nas assembléias, a Vontade Geral, segundo Rousseau, seria manifestada pela maioria absoluta, se bem que o número não crie essa Vontade; ele apenas indica onde ela se encontra (MONTEIRO; SILVA, 1983, p. XVI)
Assim Rousseau, acredita , diferentemente de Hobbes e Locke, que o homem em seu Estado de Natureza é bom. É na sociedade civil que vai ser degenerar os homens.
O pacto seria uma associação e  não renúncia da liberdade ou do seu direito político, em que os indivíduos se uniriam para formar um corpo político e que Vontade Geral deve prevalecer. “Desde o momento em que essa multidão se encontra assim reunida em um corpo, não se pode ofender um dos membros se ressintam.” (ROUSSEAU, 1983, p 35)
No estado civil o homem adquire vantagens que mudou sua relação com os demais homens. “O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e [sic] pode alcançar. O que com ele ganha é liberdade civil e a propriedade de tudo que possui” (ROUSSEAU, 1983, p 35) Esta nova liberdade tem suas características inerentes a que o pensador desenvolve.
A fim de não fazer julgamento errado dessas compensações, impõe-se distinguir entre a liberdade natural, que só conhece limites nas forças dos indivíduos, e a liberdade civil, que se limita pela vontade geral, e, mais, distinguir a posse, que não é senão o efeito da força ou o direito do primeiro ocupante, da propriedade, que só pode fundar-se num título positivo. (ROUSSEAU, 1983, p 35)

Nicolau Maquiavel (1469- 1527) pensador da península Itálica, que para muitos foi o iniciador da teoria da política moderna. O Príncipe, sua obra mais conhecida tem como princípio apresentar a um soberano a melhor maneira para governar, sobretudo no que se refere ao um principado recém conquistado.
Assim sendo o Maquieval para embasar estas suas teorias vai buscar na história Clássica e Moderna para explicar este seus pensamentos, processo completamente diferente realizado por Rousseau que não se importava com a história, e muitas das suas afirmativas históricas tem destaque uma ‘suposição”.
 “Os fins justificam os meios” é uma frase que sintetiza o pensamento de autor, ainda que o mesmo não tenha afirmando isso. Atualmente o termo maquiavélico se refere a pessoas que são sagazes, e tem inspiração direta do livro O Príncipe. Obra que esta dedicada para Lorenzo de Médici, a quem acreditava que poderia unificar a Itália. Porém alguns autores analisam, como é o caso do Rousseau que tal obra em vez de ser um mensagem endereçada a um príncipe era na verdade um aviso ao povo.
Maquiavel escreve num contexto histórico em que a Península Itálica está fragmentada em inúmeros Estados, no que possibilitava a invasão de nações estrangeiras constantemente. Assim um príncipe que fosse capaz de organizar este múltiplos estados em união, possibilitaria a formação de forte Estado.
Em sua época se faziam muitas teorias de Estados ideais, porém no seu caso em vez de ir em busca de Estado ideal, analisava um Estado que poderia ser observável, por isso vai analisar no período clássico e no sue próprio tempo os diversos Estados. Além do mais este teórico separou política da moral, algo impensável por exemplo aos filósofos clássicos.
Diferente de Hobbes para Maquiavel, dependendo do caso, um lugar poderia ser preferível ser uma monarquia ou uma República. Além do mais, ao analisar a história, observou que a fortuna seria consequências da própria vida que não foram planejada pelos políticos. Mas o Príncipe que souber usar a virtú, consegue superar a fortuna, ou seja, diante de uma situação não planejada , utilizar da mesma para se promover como soberano.
O Príncipe possui todo um receituário de como o soberano deve se portar de forma que não venha a perder o reino recém conquistado. Assim não instituir novas leis e impostos, eliminar a dinastia anterior, não ter todos as virtudes, mas aparentá-las tê-las, ser amada e temido pelo povo (na situação de ter que ser uma coisa ou outra, que seja temido), ter bons conselheiros e não lhe privar de se manifestarem, desde que sejam convocados, entre outras coisas.
Os contratualistas tem características que defendem em que em algum momento da sociedade, um grupo de homens formularam um contrato para que se pudesse ir do Estado de Natureza e irem ao Estado Civil. Porém os três autores que são assim caracterizados são completamente diferenciados em seus pensamento. No caso de Maquiavel, tal não é um contratualista, mas pensou no aspecto político do tempo moderno contribuiu significativamente ao pensamento político.

REFERENCIAS

AIEX, Anoar; MONTEIRO, E. Jacy. “Introdução”. In. Locke. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)
HOBBES, Thomas. “Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e Civil”. In. Hobbes. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)
LOCKE, Jonh. “Segundo Tratado Sobre o Governo”. In. Locke. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)
MAQUIAVEL, Nicolau. “O Príncipe.” In. Maquiavel. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)
MONTEIRO, João Paulo; SILVA, Maria Beatriz Nizza da. “Introdução”. In. Hobbes. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)
ROUSSEAU, Jean J. “Do Contrato Social”. In. Rousseau. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)




[1] Formando pelo curso de história licenciatura pela Universidade Estadual do Maranhão e mestrando do programa de pós-graduação de história social pela Universidade Federal do Maranhão.